LENDAS E MITOS


HERÓIS NO SUBMUNDO

Mesmo com Cérbero e Caronte guardando a entrada para o Hades, vários heróis conseguiram ir e vir do Submundo, como Odisseu (quando foi pedir ajuda ao adivinho Tirésias sobre o seu retorno a Ítaca), Hércules (quando foi capturar o cão de três cabeças como parte de um dos seus 12 trabalhos), Orfeu (ao tentar reaver seu amor Eurídice), Teseu (foi junto de Pirítoo tentar raptar Perséfone) e Enéias (que junto deSibila desceu ao mundo dos mortos).

OS CAMPOS ELÍSIOS


Aqui brilhava o sol e havia cascatas de vinho, mas independentemente de quanto se bebesse, ninguém ficava embriagado. Segundo algumas versões seus habitantes ficavam aqui 1000 anos até apagar-se tudo de terreno neles, depois disto esqueciam toda a sua vida (provavelmente bebendo do rio Lete) e reencarnavam ou realizavam metempsicose - reencarnar em animais. Os mortos dos campos elísios podem voltar à Terra, mas como sua nova vida é tão boa, raramente o fazem, mesmo por pouco tempo.

Hades moraria num palácio nos campos elísios com sua esposa Perséfone, circundado por um bosque de álamos e salgueiros estéreis. O solo era recoberto de "asfódelo", planta das ruínas e dos cemitérios. Lá havia um vale por onde corria o rio Lete e onde as almas dos que iam voltar a Terra esperavam por um corpo, no momento devido. Em algumas versões o palácio de Hades ficava junto ao tribunal de julgamento. Certas versões obsoletas colocam o juiz Radamanto como cuidando dos campos elísios, e um de seus servos, seria Cronos, anteriormente o líder dos titãs, um deus maligno e cruel, mesmo assim Cronos nunca 

incomodou ninguém no paraíso.

Aswang





Aswang (ou Asuang) é uma criatura da mitologia mudança das Filipinasconhecido em quase todo o arquipélago filipino. Aquele demônio noite quetoma a forma que você quer, como um cão, gato, pássaro ou outro animal. OAswang preferência levar as crianças, andarilhos abandonados e solitários.Com a língua terrivelmente longo, preto e flexível como a seda, removeu fetos de mulheres que estão grávidas. Ele atribuiu a dor no parto.
Muitas fábulas diferentes e até contraditórias referem-se Aswang, porque as nações civilizadas do Arquipélago confundido com o nome de Aswang as memórias de muitos males que a sua religião antiga e primitiva, de modo queAswang hoje é muitas vezes tanto para todos, o nome série genérica dehobgoblins ou equivalente ao sentido de bruxa ou espanhol goblin vox. Tiktik O pássaro, a noite coruja, anuncia sua canção proximidade asuang.

Lilith





Lilith (ou Lilit) é um demónio feminino da mitologia Babilónica que habitava lugares desertos. Esta é referida em diversos textos antigos sendo o mais notável o Antigo Testamento.
Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. Esta afirmação, no entanto, surge apenas, pela primeira vez, no Talmude Babilónico composto por volta do Século VI, sendo que nunca antes havido existido esta conexão a Adão e Eva nem tão pouco à Criação.
Mais recentemente, esta história, tem sido cada vez mais adoptada sendo até discutida se é ou não contada na Bíblia. Porém, além da passagem referida abaixo, esta não é mais referida.


MITOLOGIA MESOPOTÂMICA

Ela é também associada a um demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Era associada ao vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie de portal para o seu mundo. Também nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash) ela é referida como uma espécie de demônio.

Máscaras ou Shade





Na mitologia, máscaras, onde por vezes utilizado como um outro nome para asalmas do submundo ou dos Mortos. Dizia-se no mito grego que uma Sombrasurgiu como uma "reflexão" do que a pessoa era como na vida.

Peirithous



"Eu tenho sofrido bastante, espartana. Hades, ele me enviou a esta torturaeterna. Minha prisão de estopa. Mas agora que você está aqui, você pode me livre! Tudo que me resta é o meu estilo. Por favor, me liberte e é sua. "-Peirithous
Peirithous, ex-rei, era um prisioneiro do inferno, condenado ao sofrimento eterno no Inferno.


Súcubo (succubus)







Súcubo (em latim succubus, de succubare) é um demônio com aparência feminina que invade o sonho dos homens a fim de ter uma relação sexual com eles para lhes roubar a energia vital.
O súcubo se alimenta da energia sexual dos homens, e quando invade o sonho de uma pessoa ele toma a aparência do seu desejo sexual e suga a energia proveniente do prazer do atacado. Estão associados a casos de doenças e tormentos psicológicos de origem sexual, pois após os ataques se seguiam pesadelos e poluções noturnas nas vítimas.De acordo com a mitologia, são seres que podem viver aproximadamente 750 anos A contraparte masculina desse demônio é chamada de íncubo.




História






Em lendas medievais do oeste, um succubus (no plural succubi) ou succuba (no plural succubae) é um demônio que toma a forma de uma mulher bonita para seduzir homens (especialmente monges), em sonhos de ter intercurso sexual. Elas usam os homens para sustentarem-se de sua energia, por vezes até ao ponto de exaustão ou morte da vítima. São de mitologia e fantasia: Lilith, as Lilin (judeu), Lilitu (Sumério), e em fábulas de redações Cristãs (folclores não fazem parte da teologia cristã oficial), considerados succubi.
De acordo com o Malleus Maleficarum, ou "Código Penal das Bruxas", ossuccubi recolhem sêmen dos homens com os quais copulam para que um íncubo possa, então, posteriormente, engravidar mulheres. Crianças assim nascidas eram para ser supostamente mais suscetíveis às influências de demônios.
Em algumas crenças o súcubo se metamorfosearia no íncubo com o seu sêmen recém-colhido, pronto para engravidar suas vítimas. Deve-se levar em conta a crença de que demônios não podem se reproduzir naturalmente. Porém, o íncubo poderia engravidar uma mulher a partir do sêmen obtido no ataque do súcubo.




Características

A aparência do succubus varia, mas, em geral, elas são descritas como detentoras de uma sedutora beleza, muitas vezes com asas de morcego e grandes seios. Elas também têm outras características demoníacas, tais como chifres e cascos. Às vezes, aparecem como uma mulher atraente em sonhos que a vítima parece não conseguir retirar da sua mente. Elas atraem o sexo masculino e, em alguns casos, o macho "apaixona-se" por ela. Mesmo fora do sonho ela não sai da sua mente. Ela permanece lentamente a retirar-lhe energia até à sua morte por exaustão. Outras fontes dizem que o demônio irá roubar a alma do macho através de relações sexuais.





Tânatos



Na mitologia grega, Tânatos (em grego, Θάνατος - "Morte") era a personificação da morte daemon. Ele era uma figura menor na mitologiagrega, muitas vezes referido, mas raramente aparece em pessoa. Seu nome étransliterado em latim como Thanatus, mas o seu equivalente na mitologiaromana é Mors ou letus / Letum, e ele às vezes é identificada erroneamentecom Orco (Orcus mesmo tinha um equivalente grego sob a forma de Horkos(Όρκος - "Juramento"), Deus do Juramento).

íncubo





Íncubo (em latim incubus, de incubare) é um demônio na forma masculina que se encontra com mulheres dormindo, a fim de ter uma relação sexual com elas. O íncubo drena a energia da mulher para se alimentar, e na maioria das vezes deixa-a morta ou então viva, mas em condições muito frágeis. A versão feminina desse demônio é chamada de súcubo.




MEIO DE ATAQUE

O íncubo geralmente aparece em sonhos que a vítima está sentindo prazer. Ele toma a forma mais atraente para a vítima, atraindo-a para si com seu magnetismo, sugando a energia sexual de sua parceira. Indefesa diante da situação, a vítima desse ser oferece involuntariamente sua energia, como forma de retribuição, durante os atos cometidos. Ao acordar se sente fragilizada e cansada, apesar de, na maioria das vezes, não se lembrar de nada.




Religião Órfica




Ao som de Sopor Aeternus, que começo meu post sobre Religião Órfica, ou Orfismo. Ficou grande, espero que tenham paciência para ler.

Bem, Orfismo, foi uma religião supostamente criada por Orfeu. Não confundam com Morfeu, o deus do Sono. Orfeu era poeta, filho de Apolo e Calíope. A lenda sobre ele é muito conhecida na mitologia grega, e uma das minhas favoritas. Orfeu, recebeu de Apolo, uma lira. Quando Orfeu tocava, os passáros paravam para escutar. Acalmava qualquer ser sobre a terra.


 Durante a viagem de Jasão e os Argonautas, Orfeu, que acalmava os tripulantes que passavam vários dias no mar. Orfeu se casou com Eurídice, por quem era totalmente apaixonado. Eurídice era extremamente bonita, e isso chamou a atenção de Aristeu, que tentou perseguir a moça. Ela fugindo dele, acabou por pisar em uma cobra, que picou ela. Eurídice morreu, mas Orfeu não se conformava com sua morte. Ele desceu até o Hades, e tocando sua Lira, convenceu Caronte (barqueiro) a leva – lo pelo rio Estige. Acalmou Cérbero e chegou até Hades. Claro que Hades ficou puto ao ver um “vivo” ali no mundo dos mortos. Mas a esposa de Hades, a deusa Perséfone, ficou com pena dele. Hades deixou que ele tocasse, e sua melodia, fez com que Hades, chorasse lágrimas de prata. Hades propõe um trato. Diz que Orfeu tem que subir, por uma caverna íngreme até o mundo dos vivos, e que ele não podia olhar para trás enquanto ele não visse o Sol. Eurídice estaria seguindo ele. Mas se em algum momento, ele olhasse para trás...o trato estaria desfeito. Orfeu fez o que foi dito. Mas quando estava a poucos passos da saída, ele olhou para trás para ter certeza que ela estava ali. Mas viu ela pela última vez, antes que ela virasse um fantasma e voltasse para o mundo dos mortos.  Ele então não quis mais nenhuma mulher, ninguém era boa o bastante. Foi quando ele criou o Orfismo.
Dizem que até mesmo Platão conheceu o Orfismo. O Orfismo, era uma crença que acreditava, que a suas ações na terra, que iriam definir, como seria sua vida no pós morte. Familiar não é mesmo? ? Sim, foi isso que aparentemente  inspirou o cristianismo! Espera que tem mais: Eles acreditavam que a alma humana era divina e imortal, diferente das tradições gregas da época. Eles acreditavam em encarnação atráves da Metempsicose (método de transmigração da alma, onde a alma vem de outra vida para um novo corpo, seja ele humano ou não). Eles acreditavam na comunhão com os deuses e ensinavam que trangressões e erros durante a vida, seriam punidas no pós morte. Tinham também escritos sagrados. Essa idéias de Orfeu surgiram na Grécia, no século VI a.C. Eles também eram contra os sacrifícios e oferendas aos deuses, o que diferenciava das então crenças da época. Muitos Historiadores não acreditam na existência do Orfismo.
O Orfismo não acreditava, que o universo tinha surgido do Caos, como as crenças gregas. E ao invés de adorar Zeus, ele exaltavam Zagreus, que era a primeira reencarnação de Dionisio. Para eles, não havia começado do Caos, e sim do Ovo Primordial (Ovo?), que seria o símbolo da vida e da plenitude do Ser. O Ovo seria perfeito, e pouco a pouco vais se corrompendo para dar vida a novas formas individuais e distintas.

“Antes de seu aparecimento, na Grécia existiam duas religiões principais cabe notar que não eram as únicas, mas as mais influentes a de Apolo e, em Elêuses, a de Deméter. A religião da grande Mãe era de mistérios, seu culto era popular e fazia-se necessária a iniciação pare nele participar. A de Apolo, por outro lado, mantinha um caráter cívico e era considerada mais ou menos oficial em grande parte do território grego. Em meio a essas religiões, apareceu Dioniso e sua nova forma de ritual que invadiu e influenciou as outras duas concepções religiosas.”
No Orfismo, sua práticas na terra, condenavam sua alma, por essa razão, entre eles era proibido o assassianato (dã!), comer carne (um dos primeiro vegetarianos da história!!), não podia mexer com cadáveres (ninguém gosta disso mesmo!) e sempre tinham que estar de branco (eu odeio branco, só ando de preto, e só paro de andar de preto, quando inventarem uma cor mais escura que preto rss).
As práticas da religião eram ensinadas pelos Orfeotelestaí.
Dionísio (na sua encarnação de Zagreus) é o filho de Zeus e Perséfone; ele foi assassinado e fervido pelos Titãs. Zeus lançou um raio nestes e Hermes salvou o coração de Zagreu. As cinzas resultantes geraram a humanidade pecaminosa, composta dos corpos dos Titãs e de Dionísio. A alma do homem (fator dionisíaco) é portanto divina, enquanto o corpo (fator titânico) aprisiona a alma. Declarava-se que a alma retornaria repetidamente à vida, atada à roda do renascimento. O coração de Dionísio é implantado na coxa de Zeus, e este então engravida a mortal Semele com o re-nascido Dionísio (Wikipédia).
 Eles acreditam acima de tudo na imortalidade da alma, e que o homem deve eliminar seu lado ruim para voltar as origens. A reencarnação, seria uma forma de explicar o sofrimento dos inocentes. Todos seriam culpados, mas no caso, o homem paga por algo  da vida passada (algo totalmente válido, por que como você explica você ter nascido perfeito, e um parente seu, cego, com alguma doença? Será que “Deus” na hora de nos criar, tem alguma preferência?).
A mitologia órfica trata muito de ressurreição de Dionísio, pois ela trata de uma encarnação abençoada. Foram encontradas tábuas, que pareciam dar instruções para as pessoas depois da morte. Ensinavam que quando chegasse ao mundo dos mortos, não deveria beber do Rio Letes (Esquecimento), mas do poço de Mnemosyne (memória) e deveria dizer aos guardas: Eu sou o filho da Terra e do Céu Estrelado. Estou com sede, dê-me algo para beber da fonte de Mnemosina. Outras fontes diziam: "Agora você está morto, e agora você renasce neste mesmo dia, três vezes abençoado. Diga a Perséfone que o próprio Baco redimiu você."
A lenda diz, que depois de criar o Orfismo ajudando os outros com seu problemas, (uns até dizem que ele virou homessexual depois de tudo que passou, mas é universal, que tenha se tornado um homem amargo e desiludido), Orfeu foi atacado pelas Mênades, um grupo de mulheres enfurecidas por terem sido rejeitadas. Elas atacaram ele com dardos, e o mataram. Destruiram todo o seu corpo e jogaram sua cabeça dentro do rio Hebro. E enquanto a correnteza o levava ele ainda cantava: Eurídice, Eurídice!
Isso que é amor verdadeiro...
Me despeço, por enquanto, ouvindo a vocal do Sopor Aeternus: "Nos sábados nós costumávamos dormir, e minha dor, foi acalmada pelo seu amor...." 


Deusa Lilith


Lilith é uma dessas figuras mitológicas cujas origens se perdem em priscas eras. Os relatos de sua biografia são contraditórios, depois de milênios de misturas entre crenças de vários povos. O sincretismo mais conhecido é é a combinação entre lendas mesopotâmicas e israelitas. As narrativas mais antigas são encontradas na cultura da Suméria. No épico babilônico Gilgamesh (2000 a.C.) ela aparece como uma prostituta estéril com aparência zoomórfica, bela e jovem, dotada de pés de coruja e asas de morcego. Os atributos dos seres noctívagos são os signos da afinidade de Lilith com as horas noturnas e, por extensão, com as trevas, a escuridão.
Sua natureza maligna, demoníaca, de espírito violento e tempestuoso, migrou, dos caldeus para os judeus. Nos livros sagrados do judaísmo o mito de Lilith está inserido numa versão não oficial da antropogênese. Há referências no Talmud, no Zohar e no Tora. Enredos confusos envolvem a personagem:ora aparece como a mulher insubmissa, que precedeu Eva mas, por sua rebeldia, foi expulsa do Paraíso; ora, é personificação que se refere a uma espécie de "história não contada" de Eva. A tradição apócrifa afirma que Deus teria falhado na criação da primeira mulher. Fazendo a criatura de barro e sopro, tal como fizera com seu primogênito, tornara-a igual a ele. Esta era Lilith: arrogante, alegava sua substancial igualdade para recusar sujeição ao marido. Amaldiçoada por Deus, abandonou o paraíso e foi habitar o deserto, na região do Mar Vermelho: "Lá onde habitam os demônios e espíritos malignos (...) um lugar maldito.
Outra versão, apresenta razão diferente para a revolta de Lilith. A primeira mulher de Adão, a tradicional Eva, teria tido filhos. Entretanto, os anjos, enciumados por causa das atenções de Deus para com o homem, vingativos, mataram impiedosamente as crianças. Embrutecida pelo infortúnio supremo, Eva transforma-se em Lilith e abandona o Jardim das Delícias. Nada lhe restava senão dirigir-se aos mundos subterrâneos onde, aliando-se aos demônios, aprendeu as artes mágicas e a prática do vampirismo tornando-se, por fim, ela própria, um demônio dentre os mais poderosos da face da Terra.



NOIVA DE SAMAEL
Foi ali, no Hades (grego) ou no Inferno (católico-cristão), que Lilith encontrou Samael, o Senhor das Forças do Mal do Sitra Achra (do outro lado). Tornaram-se amantes. Lilith é denominada "a noiva de Samael". Juntos, eles reinam sobre todos os males que afligem a humanidade. Dessa união resultou uma descendência demoníaca: Lilith dava à luz (ou melhor, à treva) cem demônios por dia, prole conhecida como Liliotes ou Linilins.
Enquanto isso, no Éden, Deus providenciou uma segunda mulher para o solitário Adão. A fim de evitar pretensões feministas, resolveu o Senhor produzir esta outra a partir de uma parte do corpo do próprio Adão. Escolheu a costela, que não havia de fazer falta, mísera carne revestindo um osso pequeno e torto. A nova Eva nasceu como um subproduto de Adão. Porém, mais uma vez, ainda que razoavelmente submissa, foi a Eva curiosa, que sucumbindo ao desejo pela maçã do conhecimento, arrastando o marido em sua ousadia, provocou a expulsão definitiva da raça humana que, fora dos domínios de Deus, haveria de amargar todas as dificuldades e tragédias que fizeram e fazem a história da humanidade.
Estabeleceu-se, desde então, o eterno conflito que atormenta o homem sempre dividido entre impulsos, para o bem e para o mal. Assim como o Diabo, a Serpente, o Satanás, Lilith representa a maldade em seu lado feminino, inspirando desde os malogros da sortes às ações mais pérfidas dos indivíduos. São alguns dos "títulos" de Lilith: Rainha do Mal, Rainha da Noite, Mãe dos Súccubus, Mãe dos Demônios, Lua Negra (este último, uma relação com a simbologia astrológica). Por conta de seu tenebroso currículo, as origens de Lilith foram coloridas com detalhes mais fortes. Uma vez demônio, teria sido criada, "na verdade", de pó e excrementos ou ainda, de saliva e sangue (tradição hebraica).

LUA NEGRA

Em Astrologia, Lilith é um corpo celeste que transita numa órbita invisível para a astronomia oficial. Os cabalistas hebreus referem-se a este astro misterioso como Lilith, a Lua Negra. Apesar de ser raramente perceptível aos instrumentos de observação, os astrônomos Riccioli, Cassini e Alischer confirmaram sua existência. Os pitagóricos chamaram-no Vulcano, intensificando-o como um segundo satélite da Terra; alguns ocultistas denominam-no Antiterra, um planeta análogo à Terra que descreveria uma elipse em sentido contrário ao terreno.
No Taro, Lilith está associada à carta da Lua (XVIII) e sua face obscura, cujos conteúdos simbólicos remetem aos impulsos do inconsciente, ao domínio das ilusões, aos "estados de sono da alma", às práticas de feitiços e sortilégios.


Em Teosofia, ou na 'Velha Religião", os segredos da Lua Negra pertencem ao conhecimento profundo da cosmogênese, alcançado por poucos entre os mais elevados Iniciados. Os teósofos afirmam que a Lua precede a Terra; é mais velha. Na hierarquia evolutiva do cosmo, a Lua é mãe da Terra. Os "Deuses Lunares", os Pitris (entre os indianos), são ancestrais da raça humana:"As mônadas Lunares ou Pitris, que são os antepassados do homem, assumem na realidade a própria personalidade humana." (BLAVATSKY. 2000, p 222).
Na cadeia planetária admitida em Teosofia, um globo que morre transfere sua energia para um outro que nasce. Envelhecendo, a Lua tornou-se "virtualmente um planeta morto, no qual a rotação quase cessou, após o nascimento do nosso Globo. A Lua é, sem dúvida, o satélite da Terra; mas isso não invalida a teoria de que ela deu tudo à Terra, exceto o seu cadáver. (...) E antes que esta [a Terra] chegue à sua Sétima Ronda, sua mãe, a Lua, ter-se-á dissolvido no ar sutil... " (BLAVATSKY. 2000, p 199-200). Nessa condição de cadáver, o simbolismo da Lua agrega numerosos atributos mórbidos:
"A Lua é hoje frio resíduo, a sombra arrastada pelo corpo novo para o qual se fez a transfusão de seus poderes e princípios de vida. Está agora condenada a seguir a Terra durante longos evos, atraindo-a e sendo por ela atraída. Incessantemente vampirizada por sua filha, vinga-se impregnando-a com a influência nefasta, invisível e venenosa que emana do lado oculto de sua natureza. Pois é um Corpo morto, e no entanto vive. As partículas de seu cadáver em decomposição estão cheias de vida ativa e destruidora, embora o corpo que elas anteriormente formavam esteja sem alma e sem vida. (...) Como os fantasmas e vampiros, a Lua é amiga dos feiticeiros e inimiga dos imprudentes." (BLAVATSKY. 2000, p 200).
É na Lua que os teósofos localizam a região de Kama-Loka ou o Mundo Sublunar, para onde migram os mortos e onde permanecem para expurgar, de sua essência espiritual, as impurezas do materialismo, dos erros e crimes terrenos e onde deverão despir-se de seu Kama-rupa, o corpo-alma etérico animal.

Lilith na Crônica de Caim - Fragmento do Livro de Nod
Eu sonho com os primeiros tempos; a memória mais longa; eu falo dos primeiros tempos; o mais velho Pai que eu canto dos primeiras tempos e o amanhecer da Escuridão. Em Nod, onde a luz do paraíso ilumina o céu noturno e as lágrimas de nossos pais molharam o solo, cada de nós, de algum modo, define viver e levar nosso alimento da terra.
E eu, Caim o primeiro-nascido, eu, com coisas afiadas, plantei as sementes, no escuro as molhei nas suas covas de terra, as assisti crescer; e Abel, o segundo-nascido Abel, cuidou os animais ajudado por seus herdeiros de sangue e alimentaram-se deles, os assistiam crescer.
Eu o amo, meu Irmão. Ele era o mais luminoso, o mais doce, o mais forte. Ele foi o primeiro motivo de toda minha alegria. Então um dia que nosso Pai disse a nós: Caim, Abel, sobre Mim vocês tem que fazer um sacrifício - um presente da primeira parte de tudo aquilo que vocês têm.
E eu, Caim o primeiro-nascido, eu juntei os brotos tenros, as frutas mais luminosas, a mais doce grama.
E Abel, o segundo-nascido, Abel sacrificou o mais jovem, o mais forte, o mais doce dos seus animais.
No altar de nosso Pai nós pusemos nossos sacrifícios e acendemos fogo debaixo deles e assistimos que a fumaça os levasse até o único Acima. O sacrifício de Abel, o segundo-nascido, cheirou docemente ao único Acima e Abel foi santificado.
E, eu, Caim o primeiro-nascido, eu fui golpeado de além por uma palavra severa e uma maldição, por meu sacrifício ser desmerecido. Eu olhei o sacrifício de Abel, ainda fumegando, a carne, o sangue. Eu chorei, eu cerrei meus olhos eu rezei noite e dia; e quando o Pai disse: o tempo por sacrifício veio novamente e Abel conduziu seu mais jovem, seu mais doce, seu mais amado para o fogo sacrificatório, eu não levei o meu mais jovem, meu mais doce, porque eu sabia o único Acima não os quereria.
E meu irmão, amado Abel disse para mim, Caim, você não trouxe um sacrifício, um presente da primeira parte de sua alegria, para queimar no altar do único Acima. Eu chorei lágrimas de amor por mim e então, com ferramentas afiadas, sacrifiquei a que foi a primeira parte de minha alegria, meu irmão. O sangue de Abel cobriu o altar e cheirou docemente quando queimou. Mas meu Pai disse "Amaldiçoado é você, Caim que matou seu irmão". Eu fui expulso assim como deveria ser e Ele me exilou para vagar na Escuridão, na Terra de Nod. Eu voei na Escuridão; não vi fonte de luz e eu tive medo. Eu estava só.

A Magia de LilithEu estava só na Escuridão e eu tive fome. Eu estava só na Escuridão. E eu tive frio. Eu estava só na Escuridão e eu chorei. Então veio até mim uma doce voz, uma voz de mel. Palavras de auxílio. Palavras de conforto. Uma mulher, sombria e adorável, com olhos que perfuravam a escuridão, veio a mim.
"Eu conheço sua história", Caim de Nod. Ela disse, sorrindo. "Você tem fome. Venha! Eu tenho comida. Você tem frio. Venha! Eu tenho roupas. Você está triste. Venha! Eu tenho conforto." Quem confortaria um amaldiçoado como eu? Quem me vestiria? Quem me alimentaria ? "Eu sou a primeira esposa de seu Pai, aquela que discordou com o único Acima e ganhou Liberdade na Escuridão. Eu sou Lilith. Uma vez, eu tive frio, e não havia nenhum calor para mim. Uma vez, eu tive fome, e não havia nenhuma comida para mim. Uma vez eu estava triste, e não havia nenhum conforto para mim."
Ela me alojou, ela me alimentou. Ela me vestiu. Nos braços dela, eu achei conforto. Eu chorei até sangue gotejou de meus olhos e ela os beijou. E eu morei durante um tempo na Casa de Lilith e lhe perguntei: "Fora da Escuridão, como você construiu este lugar? Como você fez roupas? Como você cultivou comida?" E Lilith sorriu e disse, ao contrário de você, eu estou "Acordada". Eu vejo as Linhas que giram ao redor de você. Eu faço o que eu preciso com Poder. "Desperte-me, então, Lilith" - eu disse. "Eu tenho necessidade deste Poder. Então, eu poderei fazer minhas próprias roupas, fazer minha própria comida, fazer minha própria casa." A preocupação dobrou as sobrancelha de Lilith. "Eu não sei o que fazer para você Despertar, porque você verdadeiramente é amaldiçoado por seu Pai. Você poderia morrer. Você poderia mudar para sempre." Caim disse: 'Mesmo assim, uma vida sem Poder não será pago vivendo. Eu morreria sem seus presentes. Eu não viverei como seu Thrallî." Lilith me amou, e eu soube isto. Lilith faria o que eu pedi, entretanto ela não desejou isto. E assim, Lilith, os olhos brilhantes de Lilith, me Despertaram. Ela se cortou com uma faca sangrou para mim em uma tigela. Eu bebi profundamente. Era doce. E então eu entrei no Abismo. eu caí eternamente, caindo na escuridão mais profunda.





Titã Créos

Créos, titã do frio e inverno assim como dos rebanhos e das manadas, esposo de Euríbia (filha de Pontos) e pai de Palas, Perses e Astreu
Crio (em grego: Κρείος, Kreíos) é um dos doze titãs clássicos da tradição hesiódica. Ele desposou Euríbia e gerou: Palas, Astreu e Perses.
Filho de Urano e de Gaia, Crio representava os seres marítimos e seu poder destrutivo envolvia as criaturas até hoje desconhecidas do mar abissal. Ninguem conhece a real forma deste titã.
Crio, assim como os demais titãs que ficaram ao lado de Cronos na Titanomaquia, foi aprisionado no Tártaro.
Urano aprisionou os filhos mais novos de Gaia no Tártaro, nas entranhas da Terra, causando grande dor a Gaia. Ela forjou uma foice e pediu aos
filhos para castrarem Urano. Apenas Cronus, o mais jovem dos Titãs, concordou. Ele emboscou seu pai, castrou-o e lançou os testículos cortados ao mar.
Krios (ou Crius) foi um dos mais velhos Titans, filhos de Urano (o Céu) e Gaia (a Terra). Liderados pelo Kronos, os irmãos conspiraram contra o seu pai e prepararam uma emboscada e com ele desceu a mentira na Terra. Krios, Koios, Hyperion e Iapetos foram postados nos quatro cantos do mundo onde eles apoderaram-se do sue pai e o prederam, enquanto Kronos, escondido no centro, castrou-o com uma foice.
Nesse mito dos quatro irmãos provavelmente representam os quatro pilares cósmicos nas cosmogonias encontrados perto do Oriente, que separam o céu e a terra. Neste caso, Krios foi seguramente o Titan do pilar do sul, enquanto seus irmãos Koios, Iapetos e Hyperion eram deuses dos pilares do norte, leste e oeste, respectivamente. Krios conexão "com o sul se encontra tanto em seu nome e ligações familiares - ele é o" Ram ", da constelação de Áries, cujo aumento da primavera no sul, marcou o início do ano grego, seu filho mais velho é Astraios, deus da as estrelas, e sua esposa é Euríbia, uma filha do mar.
O Titans acabaram depostos por Zeus e lançados no poço do Tártaro. Hesíodo descreve-o como um vazio deitado sob as fundações do cosmos, onde a terra, mar e céu todos têm as suas raízes. Aqui Titans, mudança em termos cosmológicos de ser titulares do céu para portadores de todo o cosmos. Segundo Píndaro e Ésquilo (em seu jogo perdido Prometheus Unbound) um Titan acaba por ser libertado do poço através da clemência de Zeus.

O Berço da Religião


Pillars at the temple of Göbekli TepeNós costumávamos pensar que a agricultura deu origem às cidades e depois à escrita, arte e religião. Agora o templo mais antigo sugere a importância de elogiarmos o surgimento da civilização.

Desde antes e agora o surgimento da civilização é reencenada em uma colina remota no sul da Turquia.
Diante dos turistas estão dúzias de pilares de pedra arranjados em um formato de anel, um apertado contra o outro. Conhecido como Göbekli Tepe, o sítio é uma vaga lembrança de Stonehenge, exceto que Göbekli Tepe foi construído muito antes e não foi feito de blocos de pedra rústicos, mas de pilares de pedra esculpidos com baixos-relevo de animais. Verdadeiramente, Göbekli Tepe é o exemplo de arquitetura monumental mais velha conhecida. Quando estes pilares foram erigidos, pelo que sabemos, nada nessa escala existia no mundo.
No tempo da construção de Göbekli Tepe a raça humana vivia em pequenos bandos nômades que sobreviviam de coleta de frutos e da caça de animais. A construção do local teria requerido mais pessoas juntas em um lugar do que havia antes. Surpreendentemente, os construtores do templo foram capazes de cortar, formar e transportar pedras de 16 toneladas por centenas de pés [medida de distância usada nos EUA e Grâ-Bretanha-NT] a despeito de não terem rodas ou animais de carga. Os peregrinos que vieram a Göbekli Tepe viviam em um mundo sem escrita, metal ou cerâmica; aos que se aproximavam do templo de baixo, seus pilares deveriam parecer como rígidos gigantes, os animais nas pedras brilhando pelas fogueiras - emissários de um mundo espiritual que a mente humana pode ter começado a presenciar.
Arqueologistas ainda estão escavando Göbekli Tepe e debatendo seu significado. O que eles sabem é que este sítio é o mais significante em uma torrente de achados inesperados que sobreporam ideias anteriores sobre o passado oculto de nossa espécie. Há não menos de 20 anos atrás a maior parte dos pesquisadores achavam que conheciam o tempo, espaço e a sequência rústica da Revolução Neolítica - a transição crítica que resultou no nascimento da agricultura e dali para sociedades tecnologicamente sofisticadas. Mas em anos recentes múltiplas descobertas novas, Göbekli Tepe entre elas, começaram a forçar os arqueologistas a reconsiderar.
A nova descoberta sugere que a revolução foi na verdade desenvolvida por muitas mãos ao longo de uma enorme área e por milhares de anos. E pode ter sido desenvolvida não pelo ambiente mas por absolutamente outra coisa.
Göbekli Tepe pode ser o primeiro centro espiritual, o início de um padrão. O que sugere, ao menos aos arqueologistas, é que o senso humano do sagrado - e o amor humano a um bom espetáculo - pode ter dado início à civilização em si mesma.
A construção de um templo massivo por um grupo de coletores é evidência que a religião organizada pode ter vindo antes do aparecimento da agricultura e outros aspectos da civilização. Há a sugestão que o impulso humano de se reunir para rituais sagrados apareceu quando os humanos deixaram de se verem como parte do mundo natural para se verem como senhores dele.

A Batalha de Hórus e Seth


Hórus já era um homem feito quando Ísis veio a ter com ele novamente, ela o ensinou a entrar em comunhão com o pai em Amentet (mundo dos mortos), e foi com Osíris que ele, Hórus, aprendeu a lutar e usar o arco e a flecha aprendeu a cavalgar e a domesticar os leões. Certa manhã a deusa Hator, filha de Rá, veio até o Nilo e avistou Hórus se banhando. A imagem do deus fez com que ela cantasse e dançasse de excitação e toda pessoa que ela fitava imediatamente se apaixonava.
Ela passou a ficar muito próxima de Hórus desde então, e ele nutria por ela o mesmo interesse. Mas ela não era a única a se apaixonar por Hórus. Néftis à muito tempo já havia deixado Seth e este casou-se pela segunda vez com Tauret (a mais antiga deusa da fertilidade). Quando Tauret soube sobre o jovem e viril falcão de Tebas, logo foi procurá-lo para fazer dele seu marido. Seth que já não gostava de Hórus por sua descendência e por medo de que o menino-falcão viesse cobrar o trono de seu pai, ficou ainda mais furioso com a notícia de que sua esposa tivesse o procurado. Enfurecido Seth colocou a coroa de guerra, pegou sua adaga e foi à procura de Hórus, como quem caça um javali. E a hora chegou, mas a luta entre Seth e Hórus seria longa e angustiosa; uma briga que aparecia não ter fim, na qual um e outro infringiam tanto mal como o que recebiam do seu adversário. E eles lutaram. Durante oitenta anos, suas facas se chocaram. Lutaram brandindo as clavas e atirando flechas. Os dois deuses emergiam do Nilo como homens, de pé sobre o dorso de crocodilos. Transformaram-se em Ursos, mordendo e dando patadas, transformaram-se em cobras, em feras selvagens, em asnos em falcões e leões. Transformados em hipopótamos, mergulharam nas águas claras do Nilo, apiedada, Ísis fez sua própria lança e, sem saber qual dos hipopótamos era seu filho, fincou sua arma nas costas de Hórus. Hórus precipitou-se das águas como uma pantera selvagem e correu atrás de Ísis, que fugiu como uma gazela amedrontada. Finalmente ele a apanhou, ergueu a faca e com um golpe arrancou-lhe a cabeça. Percebendo o que fizera, que sua cólera o traíra e que ferira Ísis mortalmente, Hórus deixou cair a arma e correu para as montanhas com a intenção de nunca mais voltar. Toth desceu a Terra e com palavras de magia colocou uma cabeça de vaca sobre os ombros de Ísis e a ressuscitou. Seth seguiu Hórus e o encontrou dormindo, sob o luar, debaixo de uma tamareira. Hórus acordou tarde demais, Seth já havia o agarrado. Com sua adaga que já havia rasgado Osíris, Seth arrancou os dois olhos de Hórus jogando-os ao sopé da montanha.
Hator, a deusa da festividade, da dança e da alegria encontrou seu amado Hórus deitado com a face virada para baixo. Ela começou a dançar e cantar para alegrar o deus. Quando viu que o deus-falcão estava sem os olhos, espremeu seu peito até que até as cavidades oculares de Hórus. O leite da deusa fez com que Hórus voltasse a ver. Tão penoso foi o combate entre Seth e Hórus que Toth, o deus da Lua e a divindade da ordem e a inteligência, se apiedou dos combatentes e interveio para mediar na disputa, levando ambos ao tribunal dos deuses e fazendo comparecer também Osíris, para que todos pudessem ouvir as razões de um e dos outros. O tribunal sentencia que, na longa e controversa vista da briga entre Seth e Hórus, que durou nada menos que oitenta anos, os direitos sucessórios de Osíris pertencem a Hórus. O filho póstumo de Osíris recuperava o que correspondia pela sua linhagem: a sucessão no trono de Egito. Assim, o filho era reconhecido pela divindade como soberano indiscutível, dentro da tradição clássica que adjudicava aos reis e aos reinos um sentido de vontade divina. Por esta sentença, Seth perde o seu poder sobre as terras negras e férteis do Egito, voltando a reinar apenas na terra vermelha, mas ele não é castigado nem afastado do mundo.
Seth passa a ser também uma divindade necessária ao ser acolhido por Rá, para que se ocupe nos céus de alternar a noite com o dia e deixe que sejam os reis os que governem sobre a terra.
Hórus, por sua vez, engendra quatro filhos: Imset (Amsiti), Hapi, Duametef (Tuemeft) e Quebsnauf (Kevsnef). Estes filhos, que acompanharão Osiris nos julgamentos aos mortos, também cuidam dos quatro pontos cardeais e se ocupam de velar pelas necessidades e pela saúde das entranhas de Osíris.

Jápeto, Prometeu e Pandora

Jápeto, esposo da oceanide Clímene e pai de Prometeu (ancestral da raça humana)
Segundo a tradição de Hesíodo, Jápeto ou Iápeto era um dos 12 Titãs clássicos filhos de Gaia e Urano.[1]
Jápeto e seus irmãos, liderados por Cronos, conspiraram contra seu pai Urano, preparando-lhe uma emboscada quando desceu para se deitar com a Terra. Crios, Coios, Hipérion e Jápeto se puseram nos quatro cantos do mundo para segurar o deus do céu enquanto Cronos, escondido no centro, o castrava com uma foice, nesse mito, Jápeto e os três irmãos representam os quatro pilares cósmicos que nas cosmogonias do Oriente Médio separam o céu e a terra. Jápeto era o pilar do oeste, posição depois ocupada por seu filho Atlas.
A castração de Urano: afresco por Giorgio Vasari e Cristofano Gherardi, c.1560 (Sala di Cosimo I, Palazzo Vecchio)
Jápeto, "o perfurador" pode também ter sido visto como o deus-titã do tempo de vida humano e da mortalidade, principalmente da morte violenta e também está associado à habilidade artesanal.
Jápeto desposou Clímene, filha de Oceano e Tétis. Clímene gerou filhos de Jápeto:
  • Prometeu "o que pensa antes", um dos titãs que apoiaram Zeus contra Cronos, criador dos homens. Doador do fogo à humanidade, e por isso condenado a ficar acorrentado por toda a eternidade, com uma águia a lhe comer o fígado diariamente;
  • Epimeteu "o que pensa depois", criou os animais e homens com seu irmão Prometeu, recebeu Pandora como esposa, e abriu a caixa que espalhou os males no mundo;
  • Atlas "o que suporta", titã que apoiou Cronos, e foi punido por Zeus à suportar o céu nas costas;
  • Menecéio "aquele que é vanglorioso".

Teogonia (em grego, Θεογονία [theos, deus + genea, origem] - THEOGONIA, na transliteração) é um conjunto de deidades que formam a mitologia de um povo. É também considerada doutrina sobre a origem dos deuses e, quase sempre, a origem do mundo. Teogonia de Hesíodo Também conhecida por Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico de Hesíodo (séc. VIII a.C.). Trata da gênese dos deuses, descreve a origem do mundo, os reinados de Urano, Cronos e Zeus, e a união dos mortais aos deuses, desta forma nascendo os heróis mitológicos. As personagens representam aspectos básicos da natureza e do homem, expressando assim as ideias dos primeiros gregos sobre a constituição do universo. 
A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura ocidental. Filho de Jápeto e Clímene - ou da nereida Ásia ou ainda de Têrmis, irmã de Cronos, segundo outras versões - Prometeu pertencia à estirpe dos Titãs, descendentes de Urano e Gaia e inimigos dos deuses olímpicos. O poeta Hesíodo relatou, em sua Teogonia, como Prometeu roubou o fogo escondido no Olimpo para entregá-lo aos homens. Fez do limo da terra um homem e roubou uma fagulha do fogo divino a fim de dar-lhe vida. Para castigá-lo, Zeus enviou-lhe a bonita Pandora, portadora de uma caixa que, ao ser aberta, espalharia todos os males sobre a Terra. Como Prometeu resistiu aos encantos da mensageira, Zeus o acorrentou a um penhasco, onde uma águia devorava diariamente seu fígado, que se reconstituía. Lendas posteriores narram como Hércules matou a águia e libertou Prometeu. Na Grécia, havia altares consagrados ao culto a Prometeu, sobretudo em Atenas. Nas lampadofórias (festas das lâmpadas), reverenciavam-se ao mesmo tempo Prometeu, que roubara o fogo do céu, Hefesto, deus do fogo, e Atena, que tinha ensinado o homem a fazer o óleo de oliva. A tragédia Prometeu acorrentado, de Ésquilo, foi a primeira a apresentá-lo como um rebelde contra a injustiça e a onipotência divina, imagem particularmente apreciada pelos poetas românticos, que viram nele a encarnação da liberdade humana, que leva o homem a enfrentar com orgulho seu destino. Prometeu significa etimologicamente "o que é previdente". O mito, além de sua repercussão literária e artística, tem também ressonância profunda entre os pensadores. Simbolizaria o homem que, para beneficiar a humanidade, enfrenta o suplício inexorável; a grande luta das conquistas civilizadoras e da propagação de seus benefícios à custa de sacrifício e sofrimento. 
***************************************** Prometeu e Pandora
A Criação do Mundo
A criação do mundo é um problema que, muito naturalmente, desperta a curiosidade do homem, seu habitante. Os antigos pagãos, que não dispunham, sobre o assunto, das informações que dispomos, procedentes das Escrituras, tinham sua própria versão sobre o acontecimento, que era o seguinte: Antes de serem criados a terra, o mar e o céu, todas as coisas apresentavam um aspecto a que se dava o nome de Caos - uma informe e confusa massa, mero peso morto, no qual, contudo, jaziam latentes as sementes das coisas. A terra, o mar e o ar estavam todos misturados; assim, a terra não era sólida, o mar não era líquido e o ar não era transparente. Deus e a Natureza intervieram finalmente e puseram fim a essa discórdia, separando a terra do mar e o céu de ambos. Sendo a parte ígnea a mais leve, espalhou-se e formou o firmamento; o ar colocou-se em seguida, no que diz respeito ao peso e ao lugar. A terra, sendo a mais pesada, ficou para baixo, e a água ocupou o ponto inferior, fazendo flutuar a terra. Nesse ponto, um deus - não se sabe qual - tratou de empregar seus bons ofícios para arranjar e dispor as coisas na terra. Determinou aos rios e lagos seus lugares, levantou montanhas, escavou vales, distribuiu os bosques, as fontes, os campos férteis e as áridas planícies, os peixes tomaram posse do mar, as aves do ar e os quadrúpedes da terra. Tornara-se necessário, porém, um animal mais nobre, e foi feito o Homem. Não se sabe se o criador o fez de materiais divinos, ou se na terra, há tão pouco tempo separada do céu, ainda havia algumas sementes celestiais ocultas. Prometeu tomou um pouco dessa terra e, misturando-se com água, fez o homem à semelhança dos deuses. Deu-lhe o porte ereto, de maneira que, enquanto os outros animais têm o rosto voltado para baixo, olhando a terra, o homem levanta a cabeça para o céu e olha as estrelas. Prometeu era um dos titãs, uma raça gigantesca, que habitou a terra antes do homem. Ele e seu irmão Epimeteu foram incumbidos de fazer o homem e assegurar-lhe, e aos outros animais, todas as faculdades necessárias à sua preservação. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu de examiná-la, depois de pronta. Assim, Epimeteu tratou de atribuir a cada animal seus dons variados, de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras a outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Quando, porém, chegou a vez do homem, que tinha de ser superior a todos os outros animais, Epimeteu gastara seus recursos com tanta prodigalidade, que nada mais restava. Perplexo, recorreu a seu irmão Prometeu, que, com a ajuda de Minerva, subiu ao céu e acendeu sua tocha no carro do sol, trazendo o fogo para o homem. Com esse Dom, o homem assegurou sua superioridade sobre todos os outros animais. O fogo lhe forneceu o meio de construir as armas com que subjugou os animais e as ferramentas com que cultivou a terra; aquecer sua morada, de maneira a tornar-se relativamente independente do clima, e, finalmente, criar a arte da cunhagem das moedas, que ampliou e facilitou o comércio.
A Caixa de Pandora
A mulher não fora ainda criada. A versão (bem absurda) é que Júpiter a fez e enviou-a a Prometeu e seu irmão, para puni-los pela ousadia de furtar o fogo do céu, e ao homem, por tê-lo aceito. A primeira mulher chamava-se Pandora. Foi feita no céu, e cada um dos deuses contribuiu com alguma coisa para aperfeiçoá-la. Vênus deu-lhe a beleza, Mercúrio a persuasão, Apolo a música, etc. Assim dotada, a mulher foi mandada à terra e oferecida a Epimeteu, que de boa vontade a aceitou, embora advertido pelo irmão para ter cuidado com Júpiter e seus presentes. Epimeteu tinha em sua casa uma caixa, na qual guardava certos artigos malignos, de que não se utilizara, ao preparar o homem para sua nova morada. Pandora foi tomada por intensa curiosidade de saber o que continha aquela caixa, e, certo dia, destampou-a para olhar. Assim, escapou e se espalhou por toda a parte uma multidão de pragas que atingiram o desgraçado homem, tais como a gota, o reumatismo e a cólica para o corpo, e a inveja, o despeito e a vingança para o espírito.Pandora apressou-se em colocar a tampa na caixa, mas, infelizmente, escapara todo o conteúdo da mesma, com exceção de uma única coisa, que ficara no fundo, e que era a esperança. Assim, sejam quais forem os males que nos ameacem, a esperança não nos deixa inteiramente; e, enquanto a tivermos nenhum mal nos torna inteiramente desgraçados. Uma outra versão é de que Pandora foi mandada por Júpiter com boa intenção, a fim de agradar ao homem. O rei dos deuses entregou-lhe, como presente de casamento, uma caixa, em que cada deus colocara um bem. Pandora abriu a caixa, inadvertidamente, todos os bens escaparam, exceto a esperança. Essa versão é, sem dúvida, mais aceitável que a primeira. Realmente, como poderia a esperança, jóia tão preciosa, ter sido misturada a toda a sorte de males, como na primeira versão?
As Idades do Mundo Estando, assim, povoado o mundo, seus primeiros tempos constituíram uma era de inocência e ventura,chamada a Idade de Ouro. Reinavam a verdade e a justiça, embora não impostas pela lei, e não havia juízes para ameaçar ou punir. As florestas ainda não tinham sido despojadas de suas árvores para fornecer madeira aos navios, nem os homens haviam construídos fortificações em torno de suas cidades. Espadas, lanças ou elmos eram objetos desconhecidos. A terra produzia tudo necessário para o homem, sem que esse se desse o trabalho de lavrar ou colher. Vicejava uma primavera perpétua, as flores cresciam sem sementes, as torrentes dos rios eram de leite e de vinho, o mel dourado escorria dos carvalhos. Seguiu-se a Idade de Prata, inferior à de Ouro, porém melhor do que a de Cobre. Júpiter reduziu a primavera e dividiu o ano em estações. Pela primeira vez o homem teve que sofrer os rigores do calor e do frio, e tornaram-se necessária as casas. As primeiras moradas foram as cavernas, os abrigos das árvores frondosas e cabanas feitas de hastes. Tornou-se necessário plantar para colher. O agricultor teve de semear e de arar a terra, com ajuda do boi. Veio, em seguida, a Idade de Bronze, já mais agitada e sob ameaça das armas, mas ainda não inteiramente má. A pior foi a Idade do Ferro. O crime irrompeu, como uma inundação; a modéstia, a verdade e a honra fugiram, deixando em seus lugares a fraude e a astúcia, a violência e a insaciável cobiça. Os marinheiros estenderam as velas ao vento e as árvores foram derrubadas nas montanhas para servir de quilhas dos navios e ultrajar a face do oceano. A terra, que até então fora cultivada em comum, começou a ser dividida entre os possuidores. Os homens não se contentaram com o que produzia a superfície: escavou-se a terra e tirou-se do seu seio os minérios e metais. Produziu-se o danoso ferro e o ainda mais danoso ouro. Surgiu a guerra, utilizando-se de um e de outro como armas; o hóspede não se sentia em segurança em casa de seu amigo; os genros e sogros, os irmãos e irmãs, os maridos e mulheres não podiam confiar uns nos outros. Os filhos desejavam a morte dos pais, a fim de lhe herdarem a riqueza; o amor familiar caiu prostrado. A terra ficou úmida de sangue, e os deuses a abandonaram, um a um, até que ficou somente Astréia (Deusa da inocência e da pureza. Depois de sair da terra, foi colocada entre as estrelas, onde se transformou na constelação Virgo. Era filha de Têmis (Justiça), representada com uma balança em que pesa as alegações das partes adversárias.), que, finalmente, acabou também partindo. Vendo aquele estado de coisas, Júpiter indignou-se e convocou os deuses para um conselho. Todos obedeceram à convocação e tomaram o caminho do palácio do céu. Esse caminho pode ser visto por qualquer um nas noites claras, atravessando o céu, e é chamado a Via Láctea. Ao longo dele ficam os palácios dos deuses ilustres; a plebe celestial vive à parte, de um lado ou de outro. Dirigindo-se à assembleia, Júpiter expôs as terríveis condições que reinavam na terra e encerrou as suas palavras anunciando a intenção de destruir todos os seus habitantes e fazer surgir uma nova raça, diferente da primeira, que seria mais digna de viver e saberia melhor cultuar os deuses. Assim dizendo, apoderou-se de um raio e já estava prestes a atirá-lo contra o mundo, destruindo-o pelo fogo, quando atentou para o perigo que o incêndio poderia acarretar para o próprio céu. Mudou, então, de ideia, e resolveu inundar a terra. O vento norte, que espalha as nuvens, foi encadeado; o vento sul foi solto e em breve cobriu todo o céu com escuridão profunda. As nuvens, empurradas em bloco, romperam-se com fragor; torrentes de chuva caíram; as plantações inundaram-se; o trabalho de um ano do lavrador pereceu em uma hora. Não satisfeito com suas próprias águas, Júpiter pediu a ajuda de seu irmão Netuno. Este soltou os rios e lançou-os sobre a terra. Ao mesmo tempo, sacudiu-a com um terremoto e lançou o refluxo do oceano sobre as praias. Rebanhos, animais, homens e casas foram engolidos e os templos, com seus recintos sacros, profanados. Todo edifício que permanecerá de pé foi submergido e suas torres ficaram abaixo das águas. Tudo se transformou em mar, num mar sem praias. Aqui e ali, um indivíduo refugia-se num cume e alguns poucos, em barcos, apoiam o remo no mesmo solo que ainda há pouco o arado sulcara. Os peixes nadam sobre os galhos de árvores; a âncora se prende num jardim. Onde recentemente os cordeirinhos brincavam, as focas cabriolam desajeitadamente. O lobo nada entre as ovelhas, os fulvos leões e os tigres lutam nas águas. A força do javali de nada lhe serve, nem a ligeireza do cervo. As aves tombam, cansadas, na água, não tendo encontrado terra onde pousar. Os seres vivos que a água poupara caem como presas da fome. De todas as montanhas, apenas o Parnaso ultrapassa as águas. Ali, Deucalião e sua esposa Pirra, da raça de Prometeu, encontram refúgio - ele é um homem justo, ela uma devota fiel dos deuses. Vendo que não havia outro vivente além desse casal e lembrando-se de sua vida inofensiva e de sua conduta piedosa, Júpiter ordenou aos ventos do norte que afastassem as nuvens e mostrassem o céu à terra e a terra ao céu. Também Netuno ordenou a Tritão que soasse sua concha determinando a retirada das águas. As águas obedeceram; o mar voltou às suas costas e os rios aos seus leitos. Deucalião assim se dirigiu, então, a Pirra: "Ó esposa, única mulher sobrevivente, unida a mim primeiramente pelos laços do parentesco e do casamento, e agora por um perigo comum, pudéssemos nós possuir o poder de nosso antepassado Prometeu e renovar a raça, como ele fez, pela primeira vez! Como não podemos, porém, dirijamo-nos àquele templo e indaguemos dos deuses o que nos resta a fazer." Entraram num templo coberto de lama e aproximaram-se do altar, onde nenhum fogo crepitava. Prostraram-se na terra e rogaram à deusa que os esclarecesse sobre a maneira de se comportar naquela situação miserável. "Saí do templo com a cabeça coberta e as vestes desatadas e atirai para trás os ossos de vossa mãe" -respondeu o oráculo. Estas palavras foram ouvidas com assombro. Pirra foi a primeira a romper o silêncio: "Não podemos obedecer; não vamos nos atrever a profanar os restos de nossos pais." Seguiram pela fraca sombra do bosque, refletindo sobre o oráculo. Afinal, Deucalião falou: "Se minha sagacidade não me ilude, poderemos obedecer a ordem sem cometermos qualquer impiedade. A Terra é a mãe comum de nós todos; as pedras são seus ossos; poderemos lançá-las para trás de nós; e creio ser isto que o oráculo quis dizer. Pelo menos, não fará mal tentar." Os dois velaram o rosto, afrouxaram as vestes, apanharam as pedras e atiraram-nas para trás. As pedras (maravilha das maravilhas!) amoleceram e começaram a tomar forma. Pouco a pouco, foram assumindo uma grosseira semelhança com a forma humana, como um bloco ainda mal acabado nas mãos de um escultor. A umidade e o lodo que havia sobre elas transformaram-se em carne; a parte pétrea transformou-se nos ossos; as veias ou veios da pedra continuaram veias, conservando seu nome e apenas mudando sua utilidade. As pedras lançadas pelas mãos do homem tornaram-se homens, as lançadas pela mulher tornaram-se mulheres. Era uma raça forte e bem disposta para o trabalho como até hoje somos, mostrando bem a nossa origem. Prometeu Forma o Homem Japeto representa o antepassado da humanidade. Talvez seja preciso reconhecer, nessa personagem a que Gênesis dá por filho a Noé, Jafé, cujo nome personifica uma das grandes raças primitivas. Era considerado pelos gregos o tipo do que há de mais antigo e associa-se habitualmente a Saturno. Desposara Ásia, filha do Oceano, e teve vários filhos, entre outros Prometeu, Epimeteu e Atlas. O Titã Japeto não desempenha papel na mitologia; a sua importância vem da antiguidade que se lhe atribuía e que lhe dava o mesmo tempo que os mais antigos deuses. Embora seja o Titã Japeto tido como antepassado da humanidade, parece que é a seu filho Prometeu que devemos a forma particular que nos distingue dos animais. "Prometeu, diz Ovídio, após destemperar um pouco de terra com água, formou o homem à semelhança dos deuses; e enquanto os outros animais têm a cabeça voltada para o chão, somente o homem a ergue para o céu, e olha para o céu." A fabricação do homem por Prometeu está representada em monumentos assaz numerosos, mas que pertencem na sua maioria a uma baixa época. Em todas as representações antigas, Prometeu aparece como artesão que faz o homem materialmente, mas não como o deus que o anima. Esse papel cabe a Minerva (a Sabedoria divina): vários monumentos nos apresentam nitidamente a parte que cabe a cada um na criação da espécie humana. As Duas Partes de Prometeu Prometeu orgulhava-se do seu trabalho; e tendo surgido divergências entre os deuses e os homens primitivos, tomou ele o partido destes. As divergências, das quais Hesíodo não nos diz a causa, eram acertadas em Sicíona: Prometeu, desejando saber se Júpiter era verdadeiramente digno das honras divinas, excogitou um ardil para provar a sua clarividência. "Expôs aos olhos de todos, diz Hesíodo, um enorme boi. De um lado, encerrou na pele as carnes e os melhores pedaços, envolvendo-os com o ventre da vítima; do outro, dispôs com pérfida habilidade os ossos brancos que recobriu de gordura lustrosa. O pai dos deuses e dos homens disse-lhe, então: "Filho de Japeto, ó mais ilustre de todos os reis, amigo, com que desigualdade dividiste as partes!" Prometeu, sorrindo interiormente do ardil, rogou-lhe que escolhesse, e Júpiter, apoderando-se da parte mais pesada, só ali encontrou ossos." O Fogo Arrebatado aos Homens Júpiter, furioso por ter sido enganado, quis vingar-se dos homens, dos quais Prometeu é protetor, e roubou-lhes o fogo, sem o qual todo e qualquer trabalho é impossível. Mas Prometeu não se deu por vencido, e conseguiu roubar uma faísca do fogo do céu, que se apressou em levar aos homens. Dessa vez, Júpiter, vendo-se decididamente iludido pelo Titã, não conteve o ressentimento e resolveu punir simultaneamente os homens e o protetor. A grosseria dessa lenda é uma prova de sua grande antiguidade; no entanto, não deu origem a nenhuma representação plástica no período arcaico. Nas narrações dos poetas, o fogo estava contido numa folha e invisível a todos os olhos; pelo contrário, o oleiro mostra a chama a sair de um vasinho que o Titã segura com a mão. Júpiter diz a Prometeu: "Filho de Japeto, rejubilas-te por haveres roubado o fogo divino e iludido a minha sabedoria; mas esse ato será fatal a ti e aos homens que hão de vir. Para vingar-me, enviar-lhes-ei um funesto presente que os enfeitiçará e fará com que amem o seu próprio flagelo." (Hesíodo). Suplício e Libertação de Prometeu Júpiter revelou-se cruel para com Prometeu e, a fim de puni-lo por ter dado o fogo aos homens, agrilhoou-o ao Cáucaso. Uma águia lhe dilacerava constantemente o fígado e a sua carne renascia imediatamente para que o suplício se renovasse todos os dias. A luta de Júpiter contra Prometeu foi interpretada de maneira assaz diferentes, mas segundo os trágicos seria possível ver nela uma vaga recordação de uma mudança de crenças. Na antiguidade, Prometeu ficou como tipo de justiça esmagada pela força, da consciência humana protestando contra um poder inexorável. O suplício de Prometeu teria, no entanto, fim. Hércules, o matador dos monstros e grande reparador de erros, livrou o Titã matando a águia que o roía. Prometeu, que conhecia o futuro, predissera que quem desposasse a Nereida Tétis, teria um filho mais poderoso que o pai, e o rei dos deuses, sabendo de tal profecia, renunciou ao projeto de unir-se a Tétis. Como recordação desse serviço, Júpiter não obstaculou a libertação de Prometeu; mas já que afirmara que o suplício duraria milhares de anos e que um deus não deve mentir, excogitou-se um subterfúgio. De um dos elos da cadeia que agrilhoava o Titã se fez um anel, no qual se introduziu um pedacinho do rochedo; desse modo, Prometeu continuava sempre preso ao Cáucaso. Um interessante sarcófago no museu Capitolino fixa em várias cenas toda a lenda de Prometeu. Há algumas variantes na história de Prometeu: alguns lhe atribuem a fabricação da mulher, bem como a do homem, o que tiraria toda a razão de ser da linda Fábula de Pandora. Entretanto, existem sobre essa versão monumentos que não podemos desprezar. Um baixo-relevo antigo nos mostra Prometeu segurando um desbastador e modelando a primeira mulher; um homenzinho ainda não animado está deitado aos pés do escultor e quem Mercúrio conduz uma alma, caracterizada pelas asas de borboleta, e que irá habitar o corpo terminado por Prometeu. Atrás de Mercúrio, vemos as três Parcas que fiarão o destino da nova criatura. O touro, o burro e a lebre, colocados perto do escultor, relembram uma tradição segundo a qual Prometeu, ao formar a espécie humana, misturou ao limo de que se servia as qualidades dos diversos animais.

MITO, ASTROLOGIA E PSICANÁLISE

O mito de Prometeu e o elemento Fogo

Entre o prazer originário e a realidade terrena existe uma ruptura - um fogo perdido - que será para sempre um lugar de fome e de mal-estar. Prometeu era um dos quatro filhos de Jápeto e Clímene e pertencia à raça dos Titãs. Como era um adivinho, previu a derrota de seu povo e tornou-se amigo de Zeus. Segundo a tradição (que não consta da Teogonia de Hesíodo), Prometeu criou os primeiros seres humanos na Terra. Bem antes da vitória de Zeus sobre os Titãs, Prometeu foi um benfeitor da humanidade.
Devido a esta troca de lugares os deuses sempre desconfiaram da proteção dada por Prometeu aos homens. Um dia em Mecone, o deus filantropo desejou ludibriar o pai dos deuses e dos homens em favor dos mortais, dividindo um grande boi em duas porções: a primeira continha carnes e entranhas, cobertas pelo couro do animal. A segunda, apenas os ossos, disfarçados com a gordura branca dos mesmos. Ao escolher uma delas, Zeus optou pela segunda e, vendo-se burlado, "a cólera encheu sua alma, enquanto o ódio lhe subia ao coração"[1].
Um terrível castigo foi imposto. Zeus privou o homem do fogo - simbolicamente do nus, da inteligência - tornando a humanidade "ignorante".
Novamente o benfeitor dos homens agiu. Roubou uma centelha do fogo celeste, ocultando-a na haste de uma férula, e a trouxe à Terra, reanimando os mortais. O maior dos deuses Olímpicos resolveu punir com mais rigor a humanidade e seu protetor. Contra os homens imaginou perdê-los para sempre através da irresistível Pandora (cuja caixa continha todos os males da humanidade, inclusive a esperança). Contra Prometeu, a punição foi terrível. Ele foi acorrentado com grilhões em uma coluna e tinha o fígado "roído" durante o dia por uma águia e, à noite, o órgão se regenerava. Zeus jurou que jamais o libertaria daquela prisão.
Habilitados parcialmente pela centelha de fogo celeste, os homens experimentaram o uso diferencial da inteligência e a fome de saber.
Quanto a Pandora ("a detentora de todos os dons"), ela foi a primeira mulher modelada em argila, animada por Hefesto e tornada irresistível pelos deuses - "Afrodite deu-lhe a beleza e insuflou-lhe o desejo indomável que atormenta os membros e os sentidos."
Por fim, Hermes concedeu-lhe o dom da palavra.
Fome, saber e sexualidade desencadearam assim um projeto humano. A transgressão realizada por Pandora ao abrir a caixa que continha todos os males do mundo determinou o ponto de partida em que as pessoas passaram a conviver numa tremenda confusão, sendo uma tarefa importante a "diferenciação entre as espécies e, sobretudo, do homem com o próprio semelhante". [2]
O desencontro com a situação paradisíaca de possuir todo o fogo implicou "o encontro com a sexuação, no prazer, no desprazer, no sofrimento, no trabalho, na dúvida". [3] Entre este prazer originário e a realidade terrena existe uma ruptura - um fogo perdido - que será para sempre um lugar de fome, de um mal-estar.Na Astrologia, as casas do elemento Fogo representam lugares onde o ser humano deve buscar a construção dos sentidos da vida. Em Áries, o que é mais básico e pulsional, o que se combina com seus afetos; em Leão, a sua paixão e seus derivados; e em Sagitário, a construção de seu caminho. Como nos explicita Bachelard, "o fogo é brilhante, como uma consciência da solidão". [4]

Perséfone e Hades


Perséfone é a Rainha das trevas, filha da mãe terra, Deméter e guardiã do segredo dos mortos. Hades, senhor das trevas, enlouquecido de amor pela donzela, raptou-a, enquanto colhia flores. Assim que a levou até seu reino sombrio, fez com que ela comesse a romã, fruta dos mortos. A partir de então, Perséfone estaria ligada a ele para sempre. E assim aconteceu. Durante três meses por ano, Perséfone governaria o mundo das trevas junto com o marido. Embora passasse os outros nove meses do ano na companhia de sua mãe, não podia constar a ninguém os segredos do mundo dos mortos. O reino de Hades, cheio de mistérios, era protegido pelo terrível rio Estige, que nenhum ser humano poderia cruzar sem a permissão do próprio deus. Apenas Hermes podia guiar os poucos escolhidos na travessia do temível rio. As almas dos mortos não podiam atravessá-lo sem dar uma moeda a Caronte, o velho barqueiro do Estige, que os conduziria até o portal do reino de Hades, onde ficava Cérbero, o temível cão de três cabeças e cauda de serpente, guardião dos infernos, que devoraria qualquer um, vivo ou morto, que se atravesse a ultrapassar os limites impostos pelas leis do reino invisível.
E assim, por ter comido a romã, Perséfone abriu mão da inocência da infância para se tornar à guardiã dos segredos e mistérios de seus sombrios domínios.

Posted by DJ BURP | às 07:34 | 0 comentários